quinta-feira, 5 de agosto de 2010

...Contos do dia a dia...

...Ontem á tardinha enquanto esperava pelo sr. que nos vai vedar a quinta, ouvi uns barulhos de gente, pensando que era o sr. António sai de casa...e vejo uma cambada de gente...Virei logo a cabeça para o ar, a pensar :"anda fogo por aqui e já veem para ajudar apagar"!!! Mas o céu, com a graça de Deus estava limpinho, ( ou quase, pois os incêndios andavam nos arredores)...Os senhores e as senhoras, que pelo portão foram entrando sem perguntar se podiam, não tinham aspecto de testemunhas de Jeová...então há que perguntar: -" desculpe...olhe desculpe, desejam alguma coisa???"...perguntei duas vezes, até que uma simpática senhora, por baixo da ramada me respondeu num sotaque afrancesado: - " desculpe minha senhora, mas podemos ver as terras??? é que eu e os meus irmãos nascemos todos aqui na Cavaleira, nascemos nesta casa, há mais de 40 anos que emigramos... e se pudessemos fazer uma visita..." Como se chama a senhora perguntei-lhe eu; - " Sou a filha da Angelina de Frariz". Autorizei a visita.
... A "Filha da Angelina" quando voltou da visita trazia nas mãos 3 maças; " Estas macieiras foi o meu pai que as plantou, ainda me lembro..." disse emocionada...." isto era muito diferente, não havia água, não havia luz, a água tinhamos que a ir buscar ao campo do fundo...
...Induzidos em erro por uma placa que vende o pinhal confrontante, perguntaram-nos se vendia-mos a casa também... " não vendemos nada", disse-lhe eu! " até eramos capazes de comprar se vendessem..."

Foi um final de tarde, especial para a cavaleira...

4 comentários:

  1. Não consigo imaginar o que essa mulher sentiu ao ver a tua casa e as macieiras que viu o pai a plantar à mais de 40 anos... Incrível!! É bom sentir essa energia especial quando se pega em algo que já foi e está abandonado, para voltar a erguer com formas ainda mais belas.
    A tua quinta é arte Luísa! :)

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  2. Pois é amigos, é assim que cresce a Cavaleira por fora... e por dentro, com as histórias que a constroem...Não queria estar em mais lado nenhum do Mundo!

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  3. Imagino o que sentiste... o contraste do teu espaço a ser invadido e de repente a testemunhares que afinal os «invasores» já ali tinham pertencido. Quero saber que mais eles te contaram!!

    Mais uma história bonita para contares ;)

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